Flor de sal nacional é avaliada, às cegas, ao lado das conhecidas marcas francesa e portuguesa. E o resultado é muito bom.
POR LETICIA ROCHA
FOTOS RICARDO D’ANGELO
Nunca os ingredientes brasileiros estiveram tão em alta e os regionais, tão celebrados. O movimento nacionalista não para por aí. O Brasil já produz (e com qualidade) iguarias que só tinham fama por outras bandas. Caso da flor de sal, os delicados cristais que representam a parte mais nobre do sal, um ingrediente indispensável a qualquer chef ou grande gourmet.
Ultimamente, ouve-se entre os profissionais da cozinha que a flor de sal brasileira, produzida no Rio Grande do Norte, é tão boa quanto as importadas. Prazeres da Mesa resolveu, então, colocá-la à prova, lado a lado, com as melhores do mercado. São elas: a famosa Fleur de Sel de Guérande, da região de mesmo nome, na França, e a renomada Belamandil Flor de Sal, do Algarve, de Portugal. A brasileira em questão é a Cimsal, de Mossoró, no interior potiguar.
Como é praxe em qualquer degustação de Prazeres da Mesa, todas as marcas foram compradas e o teste foi realizado às cegas, no restaurante paulistano Amadeus. O desafio reuniu 15 chefs de todo o país que tinham à disposição, para combinar a seu gosto com a flor de sal, sabores neutros como azeite de oliva extravirgem, tomatinho orgânico e pão italiano.
Na avaliação final: empate, surpresa e dificuldades para eleger a preferida. Portugal e Brasil levam o primeiro lugar, com a preferência de cinco chefs cada um; e a francesa, a mais famosa pelo mundo, foi a melhor para quatro dos participantes. Ou seja, gol do Brasil, já que a Cimsal é bem mais barata.
AVALIAÇÕES
Bela Mandil Flor de Sal
(Algarve, Portugal)
150 g
R$ 52
Comentário: “Delicada, dissolve fácil”, diz Fernando Couto, da Confraria do Sabor, SP
Flor de Sal
(Mossoró, RN)
150 g
R$ 21
Comentário: “Mais úmida, clara e intensa”, afirma o chef Raphael Despirite, do Marcel, em São Paulo, SP
Fleur de Sel de Guérande
(Guérande, França)
125 g
R$ 62
Comentário: “Gosto mais pelo aspecto, a cor, que sugere menos processamento”, observa Leila Kuczynski, do restaurante Arabia, de São Paulo, SP
NOSSO JÚRI
Fernando Couto (Confraria do Sabor, SP), Mônica Rangel (Gosto com Gosto, RJ), Simone Bert (Wanchako, AL), Roberto Bento (Bistrô d’Acampora, SC), Fabiano Marcolini (Villa Marcolini, PR), Leila Kuczynski (Arábia, SP), Jorge Bandeira (Le Corbu, AL), Silvia Percussi (São Paulo, SP), Rodrigo Oliveira (Mocotó, SP), Thomas Troisgros (66 Bistrô, SP), Raphael Despirite (Marcel, SP), César Santos (Oficina do Sabor, PE), Bruno Marasco (Da Carmine, RJ), Claudio Sena (Empório Ravióli, SP) e Joca Pontes (Ponte Nova, PE).